Em Nhamundá, voluntários realizam primeira etapa do projeto Manejo Sustentável de Quelônios

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Voluntários do ‘Projeto Manejo Sustentável de Quelônios’ idealizado na comunidade do Corocoró, zona rural de Nhamundá, realizaram esta semana a primeira etapa do projeto que consiste no recolhimento, identificação e proteção dos ovos dos quelônios. O trabalho desse monitoramento ecossistêmico é realizado pela ‘Associação Corocoró Ambiental’, com apoio da Prefeitura de Nhamundá através da Secretaria de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (SEDEMA).

Nesta etapa, os ‘agentes de praia’, identificação dada aos vigilantes dos ninhos, permanecem 24 horas por dia no tabuleiro de desova, coibindo a predação destes ovos. De acordo com o coordenador do projeto, Otávio Filho, mais de 400 tartarugas subiram para desova durante os dias que a equipe esteve na localidade. ‘Agradeço aos amigos ‘agentes de praia’ que realizam um trabalho muito bom aqui na ‘Ilha da Coroa’, de acordo com as etapas do projeto, a coleta, inclusão depois de 60 dias e a soltura. Antes esses ‘agentes’ não tinham apoio para realizarem o projeto, mas hoje, graças o apoio da prefeita Marina Pandolfo e do vice-prefeito, Neto Carvalho, eles estão tendo esse suporte’, finalizou Otávio.


O projeto ‘Manejo Sustentável de Quelônios’ nasceu em 2008, sob coordenação do IBAMA do município de Juruti/PA, por meio do ‘Projeto Quelônios da Amazônia’, em 2013, o município de Nhamundá assumiu a coordenação, trazendo consigo a parceria do Projeto Pé-de-Pincha da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), apresentando uma nova moldura para a realização das atividades. Desde a criação do projeto, até o dias atuais, mais de 183.000 (cento e oitenta e três) mil filhotes de quelônios, das espécies tracajá (Podocnemis unifilis), tartaruga (Podocnemis expansa) e Pitiú (Podocnemis sextubeculata) foram devolvidos à natureza. Na última soltura, em fevereiro de 2020, mais de 40 mil filhotes voltaram para seu habitat natural.

Para o voluntario Pedro Santarém, ver novamente as tartarugas desovando durante o dia é uma grande felicidade. ‘Era muito raro a gente ver tartarugas desovando durante o dia, hoje me sinto muito feliz pudendo ver de perto que a realidade é outra’. Santarém ainda comenta como é o processo de recolhimento dos ovos. ‘Quando elas desovam, a gente vem, recolhe, faz a transferência dos ovos para uma chocadeira, onde a gente prepara para depositar esses ovos, depois a gente marca o tempo da inclusão, e quando eles nascem, pegamos antes dele ir para a água para que todos sejam devolvidos de tomar segura ao habitat natural deles’, finaliza.

A Comunidade do Corocoró

A comunidade rural São Sebastião do Corocoró, está localizada na margem direita do Rio Amazonas, área de várzea do município de Nhamundá. Atualmente é habitada por cerca de 125 famílias o que totaliza 446 pessoas. O deslocamento para a localidade é realizado somente via fluvial. O tempo de deslocamento varia de acordo com a sazonalidade dos rios, haja vista, quando os mesmos estão em período de vazante o trajeto é realizado entre 3h à 12h de viagem, dependendo da embarcação utilizada, porém, durante a cheia dos rios, esse tempo fica entre 1h30 a 6h de viagem.

O objetivo do projeto é manter a perpetuação das espécies de quelônios dentro do município de Nhamundá. A terceira etapa, que consiste em devolver à natureza os filhotes, geralmente é concluída com festejos em comemoração a devolução desses animais, reunindo os comunitários e colaboradores do projeto.

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Fotos: Niick Joander/Prefeitura de Nhamundá

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