Troféu Sereia de Ouro homenageia quatro personalidades em solenidade no Ideal Clube – Verso

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Brilhantismo cearense reconhecido em noite gloriosa. Nesta sexta-feira (26), o Ideal Clube sediou a 52ª edição do Troféu Sereia de Ouro

A médica Adriana Costa e Forti, a artista Guiomar Marinho, o empresário Oto de Sá Cavalcante e o empresário e político Tasso Jereissati agora integram o rol de agraciados com o prêmio do Grupo Edson Queiroz (GEQ).

O evento reuniu importantes personalidades de nossa terra em um instante de tributo à vocação de engrandecer o Ceará. Mais um capítulo ilustre na história da homenagem idealizada pelo chanceler Edson Queiroz e por dona Yolanda Queiroz em 1971. O pioneirismo da outorga – mais antiga e cobiçada do Estado – confirma a própria notoriedade e influência.

O objetivo do Sereia de Ouro, não à toa, é encarado desde o começo como missão: reverenciar homens e mulheres vocacionados para desenvolver o Ceará, o Brasil e o mundo por meio de ações extraordinárias de empenho profissional e humano. Travessias exemplares, cujo pendor para realizar grandes feitos e transpor limites ganha destaque e reverência.

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Em mãos com o importante reconhecimento, os homenageados mantém renovada a excelência e seguem inspirando gerações de conterrâneos. É como refletem o desígnio maior do Sereia de Ouro: cultivar o bem e a dignidade de honrar o próprio chão. 

A Vice-Governadora do Ceará, Jade Romero, entregou o troféu à médica Adriana Costa e Forti; o Presidente da Assembleia Legislativa do Ceará, Romeu Aldigueri, ao empresário Oto de Sá Cavalcante; o Prefeito de Fortaleza, Evandro Leitão, à artista Guiomar Marinho; e o Presidente do Conselho de Administração do Grupo Edson Queiroz, Edson Queiroz Neto, entregou a comenda ao empresário e político Tasso Jereissati.

A vice-governadora do Ceará, Jade Romero, entregou o troféu à médica Adriana Costa e Forti; o presidente da Assembleia Legislativa do Ceará, Romeu Aldigueri, ao empresário Oto de Sá Cavalcante; o prefeito de Fortaleza, Evandro Leitão, à artista Guiomar Marinho; e o presidente do Conselho de Administração do Grupo Edson Queiroz, Edson Queiroz Neto, entregou a comenda ao empresário e político Tasso Jereissati.

Legenda:
Evandro Leitão, Edson Queiroz Neto, Adriana Costa e Forti, Oto de Sá Cavalcante, Guiomar Marinho, Tasso Jereissati, Jade Romero e Romeu Aldigueri em homenagem do Sereia de Ouro.

Foto:
Thiago Gadelha

Edson Queiroz Neto destacou a honra de, neste ano, o Troféu Sereia de Ouro acontecer em sintonia com as comemorações do centenário do chanceler Edson Queiroz, o qual, com visão e ousadia, alavancou horizontes grandiosos para o Ceará, sempre ao lado de dona Yolanda Queiroz.

De igual forma, enfatizou as trajetórias de cada homenageado a partir dos gestos que os quatro acenam para travessias futuras. “Exemplos que nos convidam a acreditar em um amanhã de mais oportunidade e humanidade”.

Por sua vez, o empresário e político Tasso Jereissati, representante dos agraciados no discurso, evidenciou as quatro trajetórias que colaboram para o desenvolvimento do Ceará.

“Homenagear pessoas reais, por seu sólido exemplo de vida, cujas obras têm real efeito na vida das pessoas, nos faz perceber o evidente contraste entre a fugaz superficialidade destas ‘celebridades’ de redes sociais, em comparação com homens e mulheres realmente célebres”, destacou.  

Discurso de Edson Queiroz Neto, Presidente do Conselho de Administração do GEQ

Discurso de Edson Queiroz Neto, presidente do Conselho de Administração do GEQ

Legenda:
Edson Queiroz Neto, presidente do Conselho de Administração do Grupo Edson Queiroz

Foto:
Kid Júnior

Senhoras e Senhores, boa noite.

O que vivemos hoje vai muito além de uma cerimônia. É um encontro de histórias, de valores e de afetos que unem gerações em torno de um símbolo: o Sereia de Ouro.

Instituída em 1971 por Edson Queiroz, esta honraria nasceu com um propósito simples e, ao mesmo tempo, grandioso: reconhecer aqueles que, com talento, coragem e dedicação, ajudam a construir um Ceará e um Brasil melhor. Em 2025, ano em que Edson Queiroz completaria 100 anos, recordamos não apenas o idealizador deste prêmio, mas honramos um visionário cuja atuação e contribuição foram de grande relevância para o desenvolvimento local, regional e nacional.

Edson Queiroz ajudou a transformar sonhos em oportunidades e desafios em progresso. Sua coragem empreendedora, sua capacidade de inovar e seu compromisso com o futuro, deixaram marcas profundas que até hoje inspiram e orientam novas gerações. Ressalto que seu legado foi seguido com firmeza, elegância e leveza pela sua esposa e minha avó, Dona Yolanda Queiroz.

O Sereia de Ouro, ao reconhecer talentos e trajetórias, perpetua a visão de conhecimento, empreendedorismo e desenvolvimento que eles tanto valorizavam. Nesta noite, temos a honra de homenagear quatro pessoas extraordinárias:

  • Guiomar Marinho, artista plástica, cuja trajetória inspira pela sensibilidade e pela capacidade de transformar vidas com arte e cultura;
  • Adriana Costa e Forti, médica pesquisadora, exemplo de inovação e compromisso humano que afirma a competência da mulher na Academia;
  • Oto de Sá Cavalcante, empresário, cuja visão e liderança contribuem para a afluência ao conhecimento;
  • Tasso Jereissati, empresário e político, que dedicou sua vida ao Ceará e ao Brasil com coragem e espírito público.

Cada um, à sua maneira, deixa um legado que engrandece a todos nós. São vozes e gestos que ecoam no presente e apontam caminhos para o futuro.

Fortaleza testemunha esta celebração, desde sua criação, como cenário de tantos encontros e transformações. E aqui, diante dela, reafirmamos que o futuro se constrói com raízes firmes na nossa história e com pessoas que ousam sonhar alto no porvir.

Por isso, senhoras e senhores, celebremos juntos não apenas os homenageados, mas também a força dos exemplos que eles representam. Exemplos que nos convidam a acreditar em um amanhã de mais oportunidade e humanidade.

Aos agraciados deste ano, o nosso mais profundo respeito e gratidão. Suas histórias não apenas enobrecem a tradição do Sereia de Ouro — elas também iluminam o presente e inspiram o futuro.

Muito obrigado.

Discurso de Tasso Jereissati, homenageado em 2025

Na imagem, o político e empresário Tasso Jereissati, agraciado com o Troféu Sereia de Ouro 2025

Legenda:
Tasso Jereissati discursou em nome dos quatro homenageados com o Troféu Sereia de Ouro 2025

Foto:
Ismael Soares

Primeiramente gostaria de agradecer aos queridos Edson Neto, Igor, Manoela, Lenise e Paula, membros do Conselho da Sereia de Ouro, por essa honrosa indicação.

Permitam-me dirigir uma especial mensagem à minha esposa Renata, companheira de vida, alguém cuja presença e apoio foram fundamentais ao homem que sou hoje. A ela todo meu amor e gratidão.

Congratulo os demais agraciados, a artista Guiomar Marinho, o professor e empresário Oto de Sá Cavalcante e a médica e pesquisadora Adriana Forti. Saibam que considero um privilégio figurar ao lado de pessoas tão extraordinárias.

A Sereia de Ouro, criada em 1971 por Edson e Yolanda Queiroz, assume hoje, mais de cinco décadas depois, um caráter diferenciado.

Nos tempos atuais, em que a velocidade das informações propicia a construção das tais “narrativas” e diferentes “verdades” ao sabor das circunstâncias, eventos como este ultrapassam o limite de mera homenagem a personalidades, por maior que seja seu mérito.

Constitui, sim, um verdadeiro resgate de valores que, personificados nos homenageados, exaltam para toda a sociedade ideais a serem buscados. Vivemos a era da inteligência artificial, é o tempo dos influencers, reinantes em um mundo em que posts e ídolos, líderes e mitos surgem no mesmo ritmo em que evaporam, no sucessivo e frenético deslizar de telas e cliques automatizados.

Portanto, homenagear pessoas reais, por seu sólido exemplo de vida, cujas obras têm real efeito na vida das pessoas, nos faz perceber o evidente contraste entre a fugaz superficialidade destas “celebridades” de redes sociais, em comparação com homens e mulheres realmente célebres.

Neste sentido, a comenda que hoje recebemos é muito mais significativa, na medida em que, nas palavras de Paulo, significa que “combatemos o bom combate”.

Do ponto de vista pessoal, muito mais me traz satisfação ser lembrado ao lado de pessoas com as quais mantenho relação de amizade e respeito, com elas tendo compartilhado experiências e nas quais reconheço — elas, sim — serem merecedoras de todas as láureas.

Começo por dona Guiomar Marinho, artista tão pródiga em talento quanto em generosidade e desprendimento. Essa paranaense de nascimento, com exposições e obras em toda parte, adotou o Ceará e os cearenses. Especialmente os mais humildes, transformando suas vidas ao despertar seu potencial artístico.

Utilizando matérias-primas genuinamente cearenses, literalmente “ensinou a fazer renda”, nos vários sentidos da expressão. Dona Guiomar, como carinhosamente a chamam até hoje suas centenas de aprendizes e discípulos, generosamente compartilhou as técnicas que aprendeu com os mais renomados mestres.

A arte da tecelagem e tapeçaria, por ela dominada, foi assim transmitida a pessoas simples, que ainda não se sabiam artistas e que tiveram seu potencial despertado por Guiomar. Mais do que um meio de vida, dona Guiomar lhes abriu um novo mundo, de arte e beleza, elevando-lhes a autoestima.

Não me sairá nunca da memória o vigor daquela delicada mulher, já não tão jovem, percorrendo o mais remoto interior cearense, sentada no chão ao lado de mulheres que com ela produziam arte, em delicadas peças fiadas por suas mãos calejadas. Sei que dona Guiomar tem, nesse trabalho de transformação das pessoas, sua verdadeira recompensa, maior que qualquer homenagem que a ela possamos render.

Outro amigo com quem me é dada a honra de compartilhar esse momento é Oto de Sá Cavalcanti. O jovem Oto, que sonhava ser jogador de futebol, foi desestimulado pelo seu sábio pai, Ari de Sá Cavalcanti, que preferia ver o filho dedicado aos estudos. Perdemos, assim, um esforçado meia, mas ganhamos um gênio na educação.

Engenheiro de formação, foi obrigado a assumir a direção das escolas com a partida prematura de Ari de Sá. Ali logo se revelou o talento de Oto como gestor, que fez do ofício uma paixão e sua razão de viver.

Obcecado pela perfeição em tudo o que faz, transformou o grupo educacional da família em referência internacional, culminando com a empresa dirigida por seu filho Ari Neto, hoje cotada na bolsa de Nova York.

Com foco em tecnologia e excelência de pessoal, o método por eles desenvolvido é modelo de sucesso, com altíssimos percentuais de aprovação nas mais requisitadas e prestigiadas universidades brasileiras e no exterior.

Tais vitórias tiveram imediato reflexo no conceito da educação no Ceará, inclusive no setor público. Não à toa, estamos prestes a receber a primeira unidade do Instituto de Tecnologia da Aeronáutica fora de São José dos Campos.

É o reconhecimento não apenas da capacidade de nossos estudantes, mas da eficiência do método e qualidade na gestão dos cursos preparatórios, liderados pelo Grupo Ari de Sá. Inspirado no célebre ditado de Maomé e a montanha, poderíamos dizer: o ITA veio ao Ceará muito em função do sucesso do grupo comandado por Oto.

Confesso agora que não sou apenas amigo, mas também um desobediente paciente da doutora Adriana Forti, médica cujo currículo e realizações há muito extrapolaram nossas fronteiras. A menina de Mossoró, que queria ser pianista, veio ao Ceará para estudar, realizando o outro sonho de ser médica. Escolheu a endocrinologia, praticando uma medicina humanizada, compreendendo o ser humano em sua completude.

Essa forma de exercer sua vocação, com uma dedicação quase sacerdotal, a todos cativa. Seus pacientes, até os mais teimosos como eu, se tornam amigos e admiradores. Lembro quando a conheci, ainda em nosso primeiro governo, e me rendi ao seu espírito pioneiro e inovador.

Foi dela a ideia de criar o Centro Integrado de Diabetes e Hipertensão, modelo depois replicado em todo o país. Pesquisadora dedicada e incansável estudiosa, a dra. Adriana ainda terá muito a desenvolver na área de saúde pública, um propósito que nos aproxima ainda mais.

Finalmente, gostaria de expressar minha especial emoção de estar recebendo esse troféu no ano do centenário de Edson Queiroz.

Essa oportunidade me permite homenagear uma das pessoas mais marcantes da minha quase igualmente longeva vida. Muitas vezes, não somos capazes de compreender que estamos ao lado de gigantes, pessoas especiais que estão a fazer a história.

Somente percebemos a real grandeza destes homens e mulheres quando, ao olhar para trás, vislumbramos que aqueles primeiros passos, lá ao longe, já faziam parte de um caminho há muito traçado, um sonho a se realizar a cada passo.

Assim, hoje vejo que todo seu sucesso empresarial, o seu tino de empreendedor e talento como homem de negócios serviram a um propósito de vida muito mais amplo.

Não é necessário falar do gigantismo de seu conglomerado de empresas. Os números falam por si. Produtos e serviços do Grupo Edson Queiroz fazem parte de nosso cotidiano, de uma forma quase vital.

Mas o Edson empresário tinha uma marca diferencial: o seu compromisso com sua terra e sua gente. A começar por sua Cascavel, onde fez questão de criar e manter empresas sem preocupação com o lucro, mas com o único intento de gerar emprego para as famílias que abraçava com o coração.

Sei, certamente, que a obra que mais lhe causava orgulho era a Unifor. Edson Queiroz a idealizou como poderosa ferramenta de transformação de nossa sociedade, especialmente da juventude cearense. Em nossas conversas particulares, me falava da angústia de ver jovens deixarem o Ceará em busca de estudo e trabalho, para nunca retornar, assim deixando de contribuir para o nosso desenvolvimento.

Edson não via a Unifor apenas como uma instituição de ensino voltada à formação profissional. Compreendia perfeitamente toda a rede de alternativas e oportunidades, naturalmente geradas a partir de um centro de produção intelectual, científica e cultural. A Unifor de hoje é uma obra contínua e perene, contemplando o verdadeiro sentido de universalidade sonhado por Edson.

Por último, mas não menos importante, é seu legado familiar, ao lado da inesquecível dona Yolanda, companheira também no amor pelo Ceará.

Edson poderia viver e usufruir do luxo e prazeres de qualquer megalópole do mundo. Mas permaneceu aqui, aqui construiu sua família, aqui criou todos os seus filhos e neles incutiu a noção de responsabilidade e compromisso.

Vejo-os aqui hoje e neles vejo o seu brilhante reflexo. A todos eles minha gratidão e reconhecimento.

Louvemos, portanto, o virtuoso exemplo de Edson Queiroz. Valorizemos o que é nosso, trabalhemos sempre, e mais, e melhor, por nossa terra e por nossa gente.

Muito obrigado.

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