Tempo de rádio e TV: quem ganha e quem perde no Ceará após articulações para Eleição 2026 – Inácio Aguiar

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As eleições 2026 no Ceará ainda estão distantes no calendário, mas os movimentos de bastidores começam a desenhar os contornos da disputa. Um deles, estratégico, tem agitado os bastidores da sucessão: as fusões partidárias e federações, conforme já detalhamos nesta Coluna. 

A preocupação dos governistas gira em torno de um ativo importante nas campanhas majoritárias: o tempo de propaganda eleitoral no rádio e na televisão.

Análise da divisão do tempo de propaganda disponibilizado pela Justiça Eleitoral mostra que, se concretizadas as articulações para a fusão entre PSDB e Podemos e a federação entre União Brasil e Progressistas, poderia haver uma mudança significativa entre base de Elmano e oposição. 

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Como federações afetam a contagem do tempo de propaganda 

Hoje, com o desenho partidário atual, a base do governo tem vantagem folgada na divisão tanto do bloco de propaganda quanto das inserções ao longo da programação: 

Distribuição atual do tempo de TV – sem fusões

Base de Elmano

  • FE Brasil (PT/PCdoB/PV): 1’29” | 6’13”
  • Progressistas: 54″ | 3’46”
  • MDB: 48″ | 3’24”
  • PSD: 48″ | 3’24”
  • Republicanos: 47″ | 3’19”
  • Podemos: 23″ | 1’37”
  • PSB: 19″ | 1’19”

Total: 5’28” (bloco) | 23’02” (inserções)

Oposição

  • PL: 1’49” | 7’37”
  • União Brasil: 1’06” | 4’39”
  • PSDB/Cidadania: 23″ | 1’37”
  • PDT: 22″ | 1’32”

Total: 3’40” (bloco) | 15’25” (inserções)

Nesse cenário, a vantagem é clara para a base do governo Elmano.

PSDB + Podemos e União Brasil + Progressistas podem mexer na balança 

O alerta se acende quando as articulações ganham corpo e novas alianças se desenham. Se confirmadas as fusão PSDB e Podemos e a federação União Brasil e Progressistas, ambos partidos hoje na base de Elmano migram para o bloco da oposição — alterando drasticamente o cenário de exposição na mídia.

Distribuição projetada do tempo de TV – com fusões

Base de Elmano

  • FE Brasil (PT/PCdoB/PV): 1’29” | 6’13”
  • MDB: 48″ | 3’24”
  • PSD: 48″ | 3’24”
  • Republicanos: 47″ | 3’19”
  • PSB: 19″ | 1’19”

Total: 4’11” (bloco) | 17’39” (inserções)

Oposição

  • PL: 1’49” | 7’37”
  • União Brasil + Progressistas: 2’00” (soma) | 8’25”
  • PSDB + Podemos: 46″ | 3’14”
  • PDT: 22″ | 1’32”

Total: 4’57” (bloco) | 20’48” (inserções)

A inversão é nítida: a base do governo perderia cerca de 1 minuto no tempo de bloco e mais de 5 minutos em inserções, o que justifica as conversas de bastidores sobre o assunto. 

A conta que preocupa no Abolição 

O sinal amarelo já chegou aos gabinetes do Palácio da Abolição. O risco de perder Progressistas e Podemos é real. E a lista pode crescer dependendo das articulações políticas nacionais, com as quais as lideranças locais têm pouco contato. 

Além de fazer o dever de casa na Política, a base governista local depende do êxito das articulações do governo Lula para trazer o centro e o centrão para o campo progressista. Dura tarefa, portanto.

Para a somatória, a Coluna levou em conta apenas os principais aliados de ambos os lados. Há outros partidos com tempo disponível tas como Psol/Rede, Avante e Solidariedade.

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