Um clássico para seguir as tradições de Bahia e Ceará. Um clássico que decide vaga na final da Copa do Nordeste. Dos 16 clubes, o Bahia fez a melhor campanha da fase de grupos (16 pontos). Eliminou o Fortaleza nas quartas de final. O Ceará foi o terceiro do Grupo B. E eliminou o Sport-PE nas quartas de final.
Os números mostram o Bahia com uma participação mais eficiente em todos os itens. Foi o único time com cinco vitórias na fase de grupos. Enfim, uma superioridade reconhecida não apenas pela estatística, mas pela produção. Mas isso não é tudo em uma decisão como a de hoje.
No dia 21 de abril passado, na Fonte Nova, Bahia e Ceará se enfrentaram. Deu vitória polêmica do Bahia, 1 x 0, com gol de Everton Ribeiro, de pênalti, aos 58 minutos do segundo tempo, já nos acréscimos. O árbitro Rafael Klein viu lance normal, mas o VAR orientou pênalti. Um absurdo. O lance entre Tiago e Pedro Henrique foi normal.
O jogo foi parelho, muito igual. Justo teria sido um empate. Hoje, quatro meses depois, o Bahia cresceu de produção. Está no G-4 da Série A. O Ceará andou oscilando, mas se mantém no 10º lugar. Situação imprevisível.
Choro
Ainda repercute a reação de Neymar, após a goleada (0 x 6) sofrida pelo seu time, o Santos, diante do Vasco. Houve mil interpretações sobre as lágrimas do jogador. Cronistas de renome abordaram o fato nas colunas e nas emissoras de rádio e televisão. Não me sento em condições de analisar a reação do jogador.
Subjetivo
Somente quem está passando por um suplício sabe a profundidade de um sentimento interior. Julgar à distância as lágrimas de alguém pode levar a conclusões equivocadas. Há o choro falso. Há o choro verdadeiro. É subjetivo. Quem julga pode cometer grave injustiça.
Capitão
Na Copa de 2014, o capitão da Canarinho, Thiago Silva, chorou antes da decisão por pênaltis diante do Chile. Foi muito criticado. Ele teria passado insegurança. Entendi como aflição, não como medo; como emoção, não como fraqueza. É muito fácil julgar os outros. Queria ver a reação dos críticos, se estivessem no lugar dele.
Na Espanha
Toninho Cerezo, meio-campista da Seleção Brasileira, chorou muito no transcorrer do jogo em que o Brasil foi eliminado pela Itália na Copa de 1982. De seu erro nasceu o segundo gol italiano. Também foi criticado porque chorou. Chamado de fraco. Ora, amigos, a reação humana é individual. E deve ser respeitada.
Conclusão
Não critico os atletas que, quando enfrentam sérias dificuldades em campo, choram. Entendo como responsabilidade, compromisso, jamais como fraqueza. Thiago Silva e Cerezo choraram quando viram o possível o fim de um grande sonho. Será que você também não choraria diante da possível perda do sonho maior de sua vida?