Os fantasmas do rebaixamento – Tom Barros

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As chamadas equipes médias do futebol brasileiro, quando a CBF divulga a tabela da Série A nacional, cuidam logo de analisar as dificuldades que terão. O objetivo inicial, geralmente, é garantir a permanência, ou seja, ficar entre os 16 clubes classificados para o ano seguinte. 

O rebaixamento assusta. É uma espécie de castigo. Uma humilhação para quem desce. Há alguns anos, os 12 clubes considerados grandes eram cadeiras cativas: Flamengo, Fluminense, Botafogo, Vasco, Palmeiras, Corinthians, São Paulo, Santos, Atlético-MG, Cruzeiro, Grêmio e Internacional. 

Sobravam, então, quatro vagas, totalizando 16 classificados. De certo tempo para cá, os grandes também passaram a cair. Apenas dois, dos chamados grandes, jamais foram rebaixados: Flamengo e São Paulo. Todos os demais já passaram pelo dissabor da queda e da decepção. 

Os clubes cearenses estão vivendo um momento de incerteza. Não me refiro à classificação. O problema é a produção que está em um nível abaixo do esperado. Reside nesta parte toda a inquietação. 

Disputas 

O que tem embaralhado muito tem sido a avalanche de competições paralelas. É tanto jogo que, às vezes, eu nem consigo identificar por qual competição é esta ou aquela partida. Uma misturada que confunde até os mais atentos pesquisadores e estatísticos. 

Demais 

Copa Libertadores da América, Copa Sul-Americana, Copa do Nordeste, Copa do Brasil, Série A nacional, Série B, Série C, Série D, Copa Fares Lopes, campeonatos estaduais… Gente, é impossível assimilar tudo. Imaginem preparar as equipes diante de tantas cobranças e variações. 

Posições 

Tem time grande no lugar de time médio e tem time médio no lugar de time grande. Tem time pequeno no lugar de time médio e tem time médio no lugar de time pequeno. O mesmo raciocínio vale também para o plano sul-americano. Times, que antes sofriam goleadas, hoje engrossaram o pescoço. 

Países 

Times da Bolívia, Venezuela, Colômbia e Equador eram sacos de pancada. Isso se poderia dizer também das seleções nacionais desses países. Hoje não é mais assim. A Seleção Brasileira, que passava por cima, não passa mais. Sofre para alcançar vitórias minguadas, obtidas com muito sacrifício. 

Incerteza 

Na Série A nacional, ainda há muitas rodadas. Há tempo para aprimoramento. A questão é que alguns times médios e pequenos também engrossaram o pescoço. Daí as incertezas e preocupações. Não há mais a garantia de vaga para os 12 maiores times do Brasil. O cenário mudou. Recado direto aos times cearenses. 

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