O Trovão de Barcelos. Fábio Lucena (parte1)

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Foi numa inesquecível e triste segunda-feira do dia 15/06/1987, que o Amazonas inteiro quedou-se chocado ante a morte prematura do grande líder e orador político Fábio Pereira de Lucena Bittencourt. O jornal A Critíca, com letras garrafais e fundo negro de luto, abriu sua primeira página com o título TOMBOU O GRANDE GUERREIRO!

O Amazonas inteiro não entendeu o gesto do senador que faleceu na capital federal em razão de suicídio. 

Eleito senador pelo PMDB em 1982, Fábio protagonizou um lance sem precedentes na história política brasileira: disputou a “reeleição” mesmo com mandato original ainda em curso. Vitorioso, renunciou ao assento de senador conquistado quatro anos antes permitindo a efetivação do suplente Leopoldo Péres em seu lugar. (Re)Eleito em 1986, Fábio permanece meses como senador. Com seu passamento foi substituído pelo outro suplente Áureo Melo.

 

O mito Fábio Pereira de Lucena Bittencourt, nasceu em Barcelos(AM), em 11/07/1940. Foi bancário e líder da classe, jornalista e vereador de Manaus de 1973 e 1983. E foi na Câmara Municipal de Manaus que protagonizou embates inesquecíveis. Foi eleito senador para cumprir mandato de 1983 a 1999. A foto acima mostra um pouco da intimidade de Fábio com sua exemplar família.

 

Fábio nos deixou orfãos do que podemos chamar de políticos de verdade. Partiu jovem aos 46 anos e deixou uma legião de fãs (como eu) com sua forma de pensar, sua intelectualidade, oratória,  e sua total devoção pelo seu porto seguro, sua mãe, dona Otília Pereira Bitencourt, a quem era muito ligado.

O “trovão de Barcelos”, o bi-senador eleito Fabio Lucena, era o único parlamentar que fazia o Congresso Nacional parar para ouvi-lo na Tribuna e era chamado de “jurista brilhante” pelos colegas, embora não tenha concluído o curso de Direito.

Debater com Fábio era prerrogativa para poucos tamanha era sua verbosidade e o alto grau de conhecimento que detinha.

 

Muitas verdades, elucubrações e inverdades e até algumas lendas foram criadas em torno dessa figura ímpar e mítica na história do Amazonas. Jamais ousarão um dia dizer que nasceu alguém com maior amor pelo Amazonas do que Fábio Lucena. 

O mestre morreu às 05:15 min do dia 15/06/1987 com um único tiro de revólver Taurus, calibre 38, que disparou no ouvido direito em seu apartamento em Brasília.

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AMAZONAS – CHICO DA SILVA

Eu amo esses rios da selva/ Nas suas restingas meus / olhos passeiam/o meu sangue nasce nas suas entranhas/ E nos seus mistérios meus sonhos vagueiam/

E das suas águas sai meu alimento/Vida, fauna, flora o meu sacramento/
Filho dessa terra da cor morenez/ Esse sol moreno queimou minha tez/

Cabocla cheirosa, caboclo guerreiro/Cunhantã viçosa, curumim sapeca/
Eu amo essas coisas tão puras tão minhas/ Gostosas farinhas do caldo do peixe/ O banzeiro e a canção, e o farto verão/ Tudo isso me faz com que eu não te deixe

Amazonas, amazonas, amazonas meu amor/ Amazonas, amazonas, amazonas meu amor

ERA 1987.

Marcelo Guerra / Jornalista MTB 492/AM – MBA Administração Pública
E mail: [email protected] 

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