Falta um título de campeão do Brasil – Tom Barros

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Nestas paralisações chamadas de “Datas Fifa”, vou para elucubrações. Debruço-me sobre a posição do futebol cearense no cenário nacional. Qual o nosso lugar? Qual o nosso papel? Já somos da Série A ou a transitoriedade traduz melhor o mundo em que vivemos? 

A meu juízo, já alcançamos a maturidade da Série A, mas falta ainda a consolidação. O reconhecimento público virá não apenas com uma permanência perene, mas com títulos nas duas principais categorias, ou seja, no Campeonato Brasileiro da primeira divisão e na Copa do Brasil. 

Até hoje, esbarramos no vice-campeonato. O Fortaleza foi vice-campeão da Taça Brasil de 1960 e de 1968. O Ceará foi vice-campeão da Copa do Brasil de 1994. É bom frisar que o Fortaleza foi vice-campeão da Copa Sul-Americana de 2023. Falta a consagração como legítimo campeão. 

As paralisações só trazem uma coisa boa: a chance de recuperação de atletas contundidos. No mais, não passam de inércia sem graça, insossa, inoportuna, sem sentido.  

Cinco pontos 

Após a rodada de domingo, uma nova esperança tomou conta do Fortaleza. A distância para sair da zona passou a ser de cinco pontos. Engana-se quem diz que a distância é de quatro pontos. Ora, com mais quatro pontos o Leão empata com quem está fora da zona, o Santos. Para ultrapassá-lo, o Leão precisa de cinco pontos. 

A saída da zona passou a ser viável, mas dependerá de uma série de vitórias do Leão e de tropeços dos concorrentes. Por isso mesmo, esqueçam o primeiro tempo do jogo diante do Juventude. Tem de pensar do golaço de Mancuso para frente. Um time com energia, jamais com a apatia da fase inicial no Estádio Alfredo Jaconi. 

O Ceará tem feito alguns bons jogos. Mas, a meu juízo, os dois melhores momentos do Vozão foram na vitória sobre o Cruzeiro no Mineirão e na recente vitória sobre o Santos no Castelão. Comportamento compacto, consciente, próprio de quem tem uma proposta definida.  

Está provado que não é preciso ter um time de estrelas para fazer boa campanha. Basta um grupo de bons jogadores, que se identificam com o ideal proposto e assumem o compromisso de alcançá-lo. O Ceará tem um grupo de bons profissionais. É por isso que está dando certo. 

Há ainda muita água para correr sob a ponte. O correto é tratar de um jogo de cada vez. Concentra-se na tarefa isolada de cada partida. Só atrapalha ficar pensando como um todo, ou seja, que ainda virão Vasco da Gama, Cruzeiro, Flamengo… Antecipar agonia só produz estresse. 

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