Eirunepé está o retrato do caos com a cheia do rio Juruá

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Município amazonense sofre com a cheia recorde que já ultrapassa a maior que ocorreu na cidade no distante ano de 1986. População teme pelo desabastecimento e aumento de doenças 

A cheia do Rio Juruá já prejudica milhares de pessoas em Eirunepé, distante 1.760 quilômetros de Manaus. Nos últimos sete dias o rio vem subindo em média sete a oito centímetros por dia. Nas últimas quatro horas o rio subiu 10 centímetros, já ultrapassando a maior enchente que houve no município no ano de 1986.

A prefeitura já deu início ao protocolo de emergência que visa deslocar famílias atingidas para abrigos provisórios. O transbordamento do rio – o maior já registrado em décadas – já atingiu pelo menos 2 mil residências espalhados por vários bairros de Eirunepé, e mais de 1,2 mil na zona rural, agravando a crise sanitária decorrente da pandemia do novo coronavírus (covid-19) e o surto de novas doenças sanitárias.

No último dia 23/02, o prefeito Raylan Barroso (DEM) decretou situação de emergência. O decreto permite ao Poder Público agilizar a aquisição de produtos e serviços necessários ao atendimento às populações afetadas, permitindo à prefeitura contratar serviços temporários e efetuar compras consideradas essenciais sem precisar de licitação. Além disso, o reconhecimento da gravidade da situação possibilita aos gestores municipais pedir recursos emergenciais aos governos estaduais e federal para ações de assistência e de restabelecimento e manutenção de serviços essenciais.

De acordo com o levantamento da prefeitura, estima-se que 3.229 imóveis na área urbana serão atingidos pela inundação, com 9.687 pessoas afetadas e, na área rural 900 famílias.

Raylan Barroso disse que o município necessita de apoio complementar do Estado e da União, com recursos técnicos, humanos, materiais e financeiros, dado esse evento natural, de evolução gradual, com a grande quantidade de famílias atingidas pelo transbordo do rio Juruá.

“Esta situação causa adversidades de ordem social e econômica que superam a capacidade orçamentária do município de realizar as ações necessárias para o restabelecimento da normalidade”, concluiu o prefeito.

Até a noite desta terça-feira, cinco bairros (Perpétuo Socorro, Santo Antônio, Aparecida, São José e parte do centro da cidade) já tinham sido afetados pela cheia do rio. Segundo a coordenação da Defesa Civil, com a subida continuado do rio Juruá ao menos 3 mil residências serão afetadas nos próximos dias. “É uma situação grave que justificou a decretação de situação de emergência pela inundação do Rio Juruá. Neste momento estamos aflitos pois o pior pode acontecer”, relatou o prefeito.

 

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