Dia nacional do livro: valor da leitura na infância – Colaboradores

Leia em 3 minutos

No dia 29 de outubro, comemora-se o Dia Nacional do Livro no Brasil, uma data que vai muito além de uma simples celebração: é um convite à reflexão sobre a importância da leitura desde a infância e sobre como a formação de leitores pode transformar vidas, famílias e sociedades inteiras.

A leitura na infância é um dos pilares do desenvolvimento cognitivo, emocional e social das crianças. Quando uma criança lê – ou é incentivada a ter contato com livros, pois a habilidade da leitura se inicia antes do processo de alfabetização –, ela amplia seu vocabulário, desenvolve o raciocínio, a criatividade e a capacidade de interpretar o mundo ao seu redor. Além disso, ler desperta a empatia, pois permite que a criança conheça outras realidades, culturas e sentimentos através das histórias.

Estudos comprovam que crianças e adolescentes que têm o hábito de ler desenvolvem melhor suas habilidades de escrita, argumentação, concentração e resolução de problemas. Mais do que isso, encontram nos livros um espaço de acolhimento, imaginação e liberdade.
A leitura também é um excelente recurso para lidar com emoções. Livros infantis, por exemplo, ajudam crianças a compreender sentimentos como medo, tristeza e frustração, auxiliando na construção da inteligência emocional.

Apesar de todos esses benefícios, o Brasil ainda enfrenta grandes desafios para formar leitores. Um deles começa dentro das próprias casas: muitas famílias não têm o hábito da leitura, seja por falta de tempo, acesso ou interesse. Em muitos lares, os livros ainda não fazem parte do cotidiano, o que dificulta a criação de um ambiente favorável à leitura.

Na escola, por outro lado, a leitura muitas vezes é tratada de forma obrigatória, ligada apenas a provas e trabalhos. Isso afasta o prazer que um livro pode proporcionar. A falta de bibliotecas atualizadas, projetos de incentivo e até mesmo de formação adequada dos professores também é um obstáculo.
Além disso, a concorrência com as telas – celulares, tablets, televisão e redes sociais – tem retirado cada vez mais o espaço dos livros na rotina das crianças e adolescentes.

A mudança começa com pequenos passos. Em casa, os pais podem reservar alguns minutos do dia para ler com os filhos, mesmo que sejam histórias curtas. O exemplo é poderoso: quando a criança vê os adultos lendo, ela tende a imitar esse comportamento.

No ambiente escolar, é preciso tornar a leitura uma atividade prazerosa e constante. Projetos como rodas de leitura, contação de histórias, clubes do livro e visitas a bibliotecas podem fazer toda a diferença. Políticas públicas de incentivo à leitura, acesso facilitado a livros de qualidade e a valorização do trabalho do professor como mediador de leitura são outras ações fundamentais.

Silvia Freitas é pedagoga 

Compartilhe esta notícia